Impacto Econômico

O Impacto Ecômico do Crédito Internacional

O diferencial do crédito internacional não está apenas no custo 5x menor do dinheiro está na abundância, nos prazos e na escala. Com prazo médio entre 8 e 15 anos, contra 2 a 5 anos no sistema doméstico brasileiro.

Em 2024, o Brasil captou cerca de US$ 71,07 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED), um salto de ~13,8 % em relação a 2023.

Brasil figura entre os principais destinos mundiais para investimentos estrangeiros. Essa profundidade de funding é o que permite operações de longo ciclo, essenciais para setores estratégicos como energia, infraestrutura e agronegócio. É o crédito que financia o crescimento com fôlego, e não o capital de giro que expira antes do retorno produtivo.

Segundo o economista Gustavo Franco, os setores da economia que têm acesso regular a crédito estrangeiro produzem entre 15 e 20 vezes mais por unidade de capital do que aqueles restritos ao sistema dos bancos nacionais.

A razão é simples: liquidez abundante gera multiplicação de produtividade e escala.

Com capital abundante e previsível, a empresa não espera o retorno das operações: ela investe antes, pois tem liquidez e fôlego para sustentar o ciclo. Assim, transforma oportunidade em expansão antes dos concorrentes, já que possui liquidez para agir enquanto os outros ainda buscam crédito.

Esse fenômeno não é pontual, mas estrutural. Segundo o Bank for International Settlements (BIS), o estoque global de crédito transfronteiriço ultrapassa US$ 38 trilhões, representando cerca de 34% de todo o PIB mundial. Trata-se de um oceano de liquidez global que busca destinos produtivos com segurança jurídica e retorno acima da média dos mercados desenvolvidos, exatamente o perfil que o Brasil, com seu agronegócio robusto, indústria diversificada e infraestrutura em expansão, oferece.

No caso brasileiro, essa disparidade afeta diretamente os setores que mais sustentam o PIB, especialmente o agronegócio. O agro brasileiro representa cerca de 25% do PIB nacional e responde por mais de 48% das exportações totais do país, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Somos responsáveis por 10% da alimentação mundial, mas menos de 5% do crédito global direcionado ao setor. Essa diferença mostra um paradoxo: o Brasil produz como potência, mas financia-se como economia emergente.

Quem acessa funding internacional acelera o tempo da própria empresa.

Essa é a verdadeira vantagem estrutural: enquanto o capital doméstico limita o tamanho do sonho, o crédito internacional redefine o tamanho possível da empresa e, ao fazer isso, redefine também o tamanho do país.

Cada operação de crédito internacional é mais do que um fluxo financeiro, é um movimento de soberania econômica. É o que permite ao Brasil transformar potencial em potência, o país atrai novas cadeias de investimento e transforma liquidez externa em infraestrutura real, tecnologia e emprego.

O crédito internacional é o catalisador de uma virada histórica: ele quebra a dependência do capital curto, rompe o teto do crescimento do ciclo econômico e insere o Brasil no fluxo das grandes economias que movem o mundo. É o ponto de inflexão entre o país que sobrevive de exportar matéria-prima e o país que passa a exportar inteligência, energia e inovação. Porque o crédito internacional não apenas financia ele desperta a verdadeira dimensão de uma nação que, pela primeira vez, tem a chance real de crescer com o tamanho da sua própria grandeza.